quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Porque te amo..

Porque uma pedra a meio do caminho, por vezes é positiva.
Porque dar mais que uma volta para alcançar um lugar aufere-nos conhecimento.
Porque quem tem realmente valor singra sempre..
E acima de tudo, porque o empenho e dedicação fazem os melhores profissionais.
E não há nada como ver-te chegar a casa, com um brilho nos olhos como que pela satisfação de dever cumprido.
AMO-TE

Continua a subir..

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O Meu Sempre, Dia Especial ... Dito por Dito mais Vale Dito que Não Dito

Porque p'ra mim hoje é sem duvida um Dia Especial, eu como apologista de um Pensamento Sempre positivo deixo-vos uma mensagem, no minímo especial...




Tenho Dito!...

Call Girl...foi você que pediu?? Planeta Sisse


Call Girl sem duvida alguma uma grande e agradável surpresa...
A primeira vez que vi o trailler do filme pensei" O crime do padre Amaro parte II. Vai ser 90 minutos de queca de certeza.", mas como sou uma pessoa bastante curiosa e teimosa lá fui ver o tão falado filme da tão falada Soraia Chaves e não é que me enganei redondamente!!! Eu Sara Oliveira enganada...O Drama!!
Call girl é sem duvida alguma o melhor filme português que vi até hoje, um filme com história, classe, piada e bastante leve e sem queca...Aleluia....e com um fantástico desempenho dos actores nos seus respectivos papéis.È um filme que aconselho toda a gente a ver já não posso dizer o mesmo de um filme que estreiou a semana passada intitulado Nome de Código- Cloverfield que é de longe a maior diarreia cerebral da història de Hollywood.
Espero que gostem das sugestões até uma próxima sessão...

Muita calma nessa Hora!!

Já dizia o outro

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Viva o sentido de oportunidade

Após uma dolorosa noite passada no Hospital Amadora-Sintra a soro, por diferentes motivos....
Trouxe de lá uma prenda..
Contraí uma enorme gripe e o termómetro já passa os 39.5c
Neste momento..Esforço sobre-humano,para não prejudicar obrigações académicas
Mas está difícil.
E preciso de colinho..Não de livros e folhas ..

sábado, 26 de janeiro de 2008

Hoje..Uma folga que se fica pelo era para ser..

..encontrem-me na rua maldita.
Até ás 20 horas.

...Love it...

Para finalizar dois dias de gula pura, antes de dormir, o velhinho e maravilhoso

Amizade em estado redondo

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Cant take my eyes off of you

A Sisse realmente conhece-me bem..
Não gosto de ir ao cinema, para desgosto da autoridade cá de casa, nem sou grande apreciadora de filmes..
Este foi dos poucos que realmente vi com gosto. Descontraído.. Divertido.. Teen, tal como era quando o vi ..
Deixo aqui escrita a tal parte.

"I hate the way you talk to me,
And the way you cut your hair.
I hate the way you drive my car,
I hate it when you stare.
I hate your big dumb combat boots
And the way you read my mind.
I hate you so much it makes me sick,
It even makes me rhyme.
I hate the way you’re always right,
I hate it when you lie.
I hate it when you make me laugh,
Even worse when you make me cry
I hate it when you’re not around,
And the fact that you didn’t call
But mostly I hate the way I don’t hate you,
Not even close…
Not even a little bit…
Not even at all.




E quem não se lembra da gigantesca serenata no estádio?

Já nasceu..

A família BB aumentou hoje com a chegada do Martim.
Parabéns querida!!

Hugo chavez uma vez mais nas bocas do mundo... Dito por Dito mais Vale Dito que Não Dito


Hoje logo pela manhã encontrei algo interessante de se partilhar…


Hugo Chavez o excêntrico e ousado presidente da Venezuela, revelou em público em meados deste mês, durante um discurso na Assembleia Nacional, que tem por hábito mastigar folhas de Coca todas as manhas, logo ao pequeno-almoço.


Este discurso foi proferido perante toda Assembleia, em defesa da Associação de Produtores de Coca para que a mesma não seja criminalizada, Associação esta que é encabezada por um tal de Evo Morales de origem boliviana.
(Estará a Bolivia a querer aumentar a sua conta de produção utilizando as produções Venuzuelanas?)


O mais interessante desta noticia é que o Presidente Chavez utilizou como suas palavras algo do genero : “A coca não é cocaína. Eu mastigo coca todos os dias pela manhã e vejam como estou… Evo manda-me a pasta de coca. Eu recomendo, recomendo…”
Enquanto discursava aproveitou também para demonstrar a sua bela condição física, mostrando mesmo os bíceps…


Claro que o oposição refutou logo toda esta panóplia de acções dizendo que: “…Vamos pedir que se faça um exame toxicológico ao presidente da República, como se faz a qualquer pessoa, a qualquer jogador… Mas o mais grave é que é uma apologia ao consumo de drogas enquanto se exibe como um homem forte, como um homem vigoroso”


Outros membros da oposição acreditam ter encontrado o segredo dos alongados discursos e das extensas viagens internacionais do presidente Hugo Chávez, é claro todas as manhas começa logo por mascar umas tantas folhas de Coca… LLOOLL

Imagine-se que a sua recente estadia em Portugal inclui-o tudo menos um pequeno-almoço, qual terá sido a receita usada para animar o encontro com Sócrates?!!

Suspeito no mínimo, mas fica á consideração de cada um…

Tenho dito!...

Hollywood de Luto, Planeta Sisse

Foi com muito pesar que soube hoje da noticia pelo Msn Brasil que o actor Heath Ledger tinha sido encontrado morto na sua residência, ate me teria passado completamente ao lado se não fosse um dos actores principais de um dos filmes que marcou a minha adolescência e da minha maninha Áurea Fonseca.
Deixo-vos aqui uma das partes do filme que mais gostamos.



...

Heth Ledger - 1979/2008






















O mundo do cinema fica assim mais pobre.

Banido!!

Tentei aprender a gostar, mas não consigo!














Queijinho fresco

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Casal amigo

Muito amigos.
Com muito prazer colaborarão, semanalmente, neste espaço que se pretende light e simples.
Ela - Sara , Planeta Sisse
Ele - Rui
Bem-vindos

domingo, 20 de janeiro de 2008

O jornalismo dos nossos dias



O Benfica sofreu a bom sofrer, mas conseguiu passar à sexta ronda da Taça de Portugal. Esta tarde os encarnados venceram o Feirense por 1-0, mas sentiram muitas dificuldades frente à equipa da Segunda Liga..", ouviu-se hoje no Jornal da Uma, da TVI.
O facto é que o jogo foi ontem.
E relatava a jornalista .."esta tarde"...
Jornalismo à pior escala, mau exemplo para os estudantes da área e uma vergonha para os bons profissionais, que ainda defendem o Jornalismo em toda a sua plenitude.
Cartão vermelho!

Cá por casa..





Se fosse só eu a mandar cá em casa, há muito que tinha um destes por estas bandas a desarrumar tudo..
Mas o sr.Agente não deixa, não quer e a Daisy apoia-o.
E ponto final.

Today.. Just..

sábado, 19 de janeiro de 2008

Sempre espontâneo, sempre controverso

O sol disponibilizou na sua pagina , a última entrevista de Luíz Pacheco. O escritor pariu aos 82 anos, no inicio do ano, e será sempre recordado pela sua forma de se expressar.
Sem cortes..
Embora extensa..Vale apena


Quando mostrámos a capa do Exercícios de Estilo à entrada, reconheceram-no logo: ‘Ah, é aquele senhor alto e magrinho’. Há quanto tempo está aqui no lar?

Cheguei há uns oito ou dez dias.

E já é reconhecido por toda a gente?
-Não sou nada. Isto hoje é que é um acontecimento, não é? Aqui só o senhor da biblioteca é que lê. Estive um ano e meio com o meu filho e tinha um serviço de apoio domiciliário. Iam lá a casa, lavavam-me os tomates, o rabo e a merda, mudavam-me a fralda… Como me fazem agora aqui.


Tratamento de luxo.
-Qual luxo? Ó pá… Ainda nem conheço a casa…


Mas, pelo que vimos, já faz sucesso entre as mulheres. Uma das auxiliares até nos disse que, no outro dia, tinha prometido escrever um livro para ela.
-Está aí, é essa merda [aponta para cima da cama, para um exemplar em serigrafia de Comunidade]. Não é um livro, é um poema objecto, um investimento para despachar coisas do [Cruzeiro] Seixas, e foram buscar um texto meu. Nem sei quanto é que me deram. É o meu filho Paulo que recebe os dinheiros na conta, é o meu depositário. Esse gajo que eu não conhecia, da galeria, da…


… Perve.
-Perde?! Nunca lá fui…


A galeria chama-se Perve. De ‘perversão’.
-Qual Perve! Não me lixes, pá! É um gajo muito metediço – chamo-lhe ‘o urubu’ – que anda atrás de mim, do Cruzeiro Seixas, [e já tinha andado atrás] do Cesariny e daquele gajo de Sines, o Al Berto… O que eles querem é sacar espólios.


Já folheou o livro?
-O texto é mais velho que a merda e os desenhos, vi um que me meteu medo e não quis ver mais nenhum. Mas aquilo é giro, porque é um investimento grande, acho que a serigrafia é muito cara. E está tudo numerado e assinado, para dar o ar de coisa rara. É uma golpada. Com todas as letras. Mas haja alguém que faça golpes destes.


O Luiz Pacheco também já deu algumas golpadas.
-Já dei algumas.


Qual foi a pior?
-Isso não posso dizer. E também não se avalia assim.


Qual a que lhe deu mais gozo?
-Deram-me todas muito gosto. Tive aí uma actividade durante 50 anos [como editor da Contraponto]. O gosto que tenho é nos livros que vendi a cinco ou a 20 paus e hoje valem contos de réis. Também assinados, com dedicatórias, numerados. Agora é uma senhora, cunhada do Manuel Alegre, uma jornalista, que está outra vez a fazer edições da Contraponto.


Um dos últimos livros que o Pacheco editou foi Villa Celeste, de Hélia Correia, em 1999.
-Ela agora fez um romance.


E tem publicado vários livros na Relógio D’Água.
-Está a ter mais nome, até ganhou um prémio, parece-me. Já não a vejo há muito tempo. Quando eu estava em Palmela, foi lá com o marido, aquele rapaz dramaturgo, do Público, que também foi premiado… o Jaime Rocha… Ela escrevia lá para as Azenhas do Mar, porque gosta de ambientes húmidos. É gira. E um bocado tosca, maluca…


Mas era uma das escritoras novas de que o Luiz Pacheco mais gostava.
-Era sim senhor.


Até porque entretanto já se tinha fartado do Pedro Paixão e do Miguel Esteves Cardoso.
-O Pedro Paixão ainda é vivo, esse gajo?


É. E o Miguel Esteves Cardoso também.
-Esse é um estupor. Ele, a mãe e o pai. É o gajo da televisão, não é?


Não. Esse é o Miguel Sousa Tavares.
-Pois é. Desculpem. Não, do Esteves Cardoso gostava muito. Era um gajo giro. Depois fez aquela laracha d’ O Amor é Fodido. Os livreiros até tapavam o título. Conheço dois que taparam. Ele está a fazer o quê? Engordou muito, não foi?


Voltou a fazer crónicas para o Expresso, mas sem o mesmo sucesso de antigamente.
-Nunca gostei muito dele em crónicas. Nunca me convenceu muito. Já o topava desde o Independente. Depois esteve numa revista com graça, a Kapa.


Como tem ocupado o tempo aqui no lar?
-No outro dia houve festa com dançarinas sevilhanas. Desviaram as mesas, arranjaram espaço. E eu fiquei cá para trás. Puseram um disco desse gajo, o Quim Barreiros, que é o que toda a gente gosta. Aqui há muito barulho, mas é por causa das TV. Mas como quase não oiço nada do ouvido esquerdo, viro-me para esse lado e à minha frente estão os telespectadores.


Não tem seguido nada da televisão.
-Vi uma coisa que não sabia que existia, que é a RTP Memória. Como é que a gente pôde gramar coisas tão estúpidas? Eram tão idiotas, tão impossíveis de ver. Aparecia o José Hermano Saraiva – eu detestava aquele filho da puta – que é um artista da aldrabice… Mesmo o Agostinho da Silva também me parecia um bocado aldrabão. E os programas com o Isidro, que é um belíssimo profissional e descobriu uma gaja daqui [do Montijo], a Dulce Pontes… Ela tem um vozeirão! Com o Herman José já não me consigo rir.


E os Gato Fedorento?
-Nunca vi. Isso é de um filho da puta, aquele gajo, o Ricardo Araújo Pereira.


Que já o entrevistou para o Jornal de Letras…
-Com o Rodrigues da Silva, um gajo que já conheço há muitos anos. Foram os dois entrevistar-me. E eu aí descaí-me, porque não estou aqui a fazer poses. Digo as coisas e depois o que sai é com vocês. Quero lá saber! Mas fui dizer que uma gaja me tinha feito um broche de pino. E o gajo meteu isso.


Mas de quem foi a culpa?
-Fui na conversa. Saiu-me.


Era verdade ou não?
-Puseram ali o broche de pino! O que é uma coisa de meter medo…


Por que ficou tão zangado se era verdade?
-Era verdade, era! Um gajo fica deitado na cama. E a gaja faz-lhe o broche. Até aí, é como o outro. É trivial. Mas de repente é de pino: a cama está encostada à parede, ela faz o pino, abocanha, apoia os pés na parede, está para ali a funcionar e um gajo à espera que ela de repente caia, porque tem uma mão apoiada na cama. Um gajo, se pensa, começa a ver o perigo que aquilo é. Se ela, de repente, se chateia, perde o equilíbrio, e lá vai… Mas isto são coisas que saem, porque um tipo não está a fazer pose.


Não gosta que esse tipo de coisas saia nas entrevistas, é isso?
-Não é não gostar, é o espanto que provoca nas pessoas.


Está para sair um livro com entrevistas suas.
-Esse livro é uma merda! Isso é de um gajo que publicou o diário na D. Quixote.


O João Pedro George?
-Sim.


É seu amigo, não é?
-Acho que não.


Mas vai escrever-lhe a biografia.
-Isso é uma aldrabice. Se ele está convencido de que eu acredito nisso, nunca acreditei. Um gajo, quando vai escrever uma biografia, tem de pedir logo um documento, que é a certidão de nascimento. Ele falou com muita gente. Mas anda a apalpar terreno. Agora, esse livro [de entrevistas, O Crocodilo que Voa, da Tinta-da-China] não saiu ainda. Saiu um no Porto, pequenino, que diz na badana ‘Luís Pacheco é asmático, bissexual, filho único, alcoólico, cadastrado’. Isto não é de um gajo que vai fazer uma biografia. É acintoso. Então eu tenho a culpa de ser asmático? Asmático, sim; bissexual, suponhamos; cadastrado? Ele nem sabe o que é um cadastrado. Matou 100 pessoas ou roubou um papo-seco, vai parar à prisão e é um cadastrado. Esse gajo tem uma moralidade muito duvidosa. É bom para andar por essas pequenas editoras.


Convenhamos que a vida do Luiz Pacheco é apetecível para qualquer biógrafo.
-Assim como me desaparecem criancinhas, também me aparecem criancinhas. Apareceu-me no lar do Príncipe Real uma rapariga. Perguntei-lhe o que era: ‘Ah, eu vinha para lhe ler textos, como o senhor não vê…’. Disse-lhe para entrar e que não tinha dinheiro para lhe pagar. Ela respondeu que era tudo voluntário. Adeus! Um gajo pensa: ‘O que é que esta quer?’ Nem percebi.


Mas ficou por aí a conversa?
-Não, ela foi lá várias vezes. Levou-me livros, levou-me discos. Um dia foi lá e apareceu este maluco, este João Pedro George.


A quem dedica o Diário Remendado: ‘um colaborador impecável’ e ‘meu biógrafo improvável’.
-Está lá ‘improvável’? Nunca acreditei! Ele cortou, emendou… Nunca li isso. Li bocados e com muita dificuldade. São urubus. São parasitas, que vêm com uma golpada, biografias, isto, aquilo e aqueloutro. Adeus!


Sempre aceitou ser operado à vista? Andou anos a dizer que ‘nem pensar’.
-E não queria. Mas fui. Fiquei melhor com a operação e agora vejo outra vez pior. Isto foi uma rapariga que me apareceu, para fazer uma entrevista, não me lembra para onde [para o Correio da Manhã]. Vocês são capazes de a conhecer, porque ela é um mulherão... Miriam Assor! Telefonou-me e eu disse ‘apareça’. Porque, assim de repente, qualquer visita é bem-vinda – se depois não for, põe-se na rua… Apareceu-me com um fotógrafo muito chato, assim como o vosso. Mas essa rapariga não tinha pretensões nenhumas e era muito simpática. Isto foi em Março e, às tantas, a conversa caiu na vista, nas cataratas, e ela disse-me ‘Tem de ser operado e tal. Venho cá buscá-lo no dia 26 de Abril’. Pensei que ela nunca mais se lembrasse daquilo, mas lá telefonou ao meu filho e veio. Achei-lhe graça e fui com ela. Até porque me faziam tudo de borla. E olhem, correu bem.


Por falar em borla, tem conseguido equilibrar as suas finanças?
-Ainda estava no lar do Príncipe Real quando, com a história daquela Manuela Ferreira Leite e do défice dos três por cento, vi a coisa mal parada. Porque eles dão-me, há anos já, um subsídio. Foi até o Tio Patinhas, o Balsemão, que, quando foi primeiro-ministro – não foi muito tempo, mas foi – deixou lá um saco azul, um buraco que não tinha cobertura legal nenhuma. A certa altura, arranjou um decreto em que instituía o chamado ‘mérito cultural’. O Alçada Baptista tinha-me encontrado na Avenida da República e, como sabia que eu estava muito à rasca, a viver mal, tinha-me perguntado: ‘Ó Pacheco, não lhe convinha uma bolsa de sete contos?’. ‘Ó Doutor António, se você me falasse num conto de réis, eu ainda acreditava, agora sete contos não acredito; mas é claro que me fazia jeito’. Depois saiu o decreto do Balsemão e solicitei a bolsa. Primeiro foram dez contos, depois vinte, foi subindo.


Até que Santana Lopes lhe atribuiu um valor mais razoável: 600 euros.
-Havia uma senhora, que ainda é viva, a Maria João Rolo Duarte, mãe do Pedro [Rolo Duarte]. Nunca a conheci, mas ela tinha uma página de espectáculos e televisão n’A Capital e começou a escrever uns textos: ‘Então o Luiz Pacheco não tem um subsídio capaz?’. Uma vez, encontrou o Santana Lopes, o Pedro… Bom rapaz, não lhe perdoam por ser um gajo das discotecas e por ter mulheres boas. E ele é bonitote, acho que até ganhou em Lisboa por causa disso, porque as mulheres são mais do que os homens e o voto não é assexuado. Bom, mas a Maria João encontrou-o numa recepção qualquer e disse-lhe: ‘Ó senhor doutor, então o Luiz Pacheco tem um subsídio tão baixinho?’. E tinha. Ele prometeu-lhe que me ia dar mais dinheiro. E deu. Ao fim de uns meses, recebi um aumento de 60 contos. Com retroactivos, foi uma abada bestial.


E Sócrates, já lhe deu algum aumentozinho?
-O Sócrates não. Agora não sei quanto é que vai dar [de aumento].



Mas já não vive como viveu em tempos, sempre à espera que alguém lhe trouxesse pão ou uns trocos.
-Não. Vivi este tempo todo, e não vivi do ar. E com filhos à roda.


Muitos filhos.
-Em Setúbal, cheguei a ter dois de uma rapariga e dois da irmã: quatro. E a miúda, coitada, comia mal. Porque era assim: para pagar um copo de vinho, aparecia sempre um maluco qualquer, ‘Beba’. Mas para uma sandes já não era assim. Vocês conheceram o Cabeça de Vaca?



Não.
-Era um crava excelentíssimo. Andava pelo cais, na zona onde as pessoas almoçavam e jantavam. Uma vez apareceu e disse a um: ‘Ó fulano, não me dás 50 paus para a dormida?’ E o outro gajo, ‘Ò pá, queres almoçar? Senta-te aí’. O outro encheu-se e, depois de almoçar muito bem, ‘Então e os meus 50 paus?’ Não perdoou. Esse Cabeça de Vaca não fazia absolutamente nada. Dizia-se escultor, mas nunca vi escultura nenhuma dele. Andava para aí a foder quem podia. E tinha, de facto, um treino… É claro que acabou completamente podre. Eu agora, com a reforma da Inspecção-Geral de Espectáculos e com o subsídio…


Já não tem medo que lho tirem?
-creio que não. Porque 120 contos [600 euros] por mês, no orçamento do Estado, é uma merda. E, gajos com a minha idade, está tudo quebrado e há uns que desaparecem. De maneira que posso ter este pequeno luxo [o lar]. Mas o que me dão não chega para isto.


Houve fases em que as prostitutas eram uma das suas grandes fontes de despesa. Conta-se que se estreou com uma certa ‘Arco Royal’. Quer contar essa história?
-Sim, era uma puta que metia medo, ali na Mouraria – não havia Martim Moniz. Havia umas fulanas a passear, com um ar muito chateado, e eram baratas, para aí a 20 paus – eu era um avarento maluco com as putas. Aquilo foi uma aventura, porque 20 paus era muito dinheiro para um estudante do Camões. Fui lá com um colega, também era a primeira vez dele.


Não foi dessa vez que teve uma história qualquer com uma peça de fruta?
-Já viram o que é um gajo estar a dar uma foda e a gaja a comer uma maçã à dentada? Também, despachei-me logo…


Que idade tinha?
-Teria aí 15 ou 16 anos. Nesse tempo, para se foder uma rapariga… Só aqui há poucos anos é que reparei nisso: gajos com automóvel ou com dinheiro fodiam o que queriam, mas um gajo que não tinha nada, nem era bonito sequer, para dar uma foda… Até fui preso cinco vezes por causa dessa merda: foder miúdas, que era o que se aproveitava. Era apanhar miúdas cheias de tesão e atacar.


Muito antes disso, aí pelos 11 ou 12 anos, houve um poeta alentejano que foi ter consigo, o Acácio Gomes Guerra.
-Acho que fui enrabado.


«Mas não muito», segundo esclareceu mais tarde. O que quis dizer com isso?
-Quer dizer que não fui enrabado todos os dias.


Não foi uma violação de menor, como se diz agora.
-Isso é tudo conversa, porra! Aquela Casa Pia é um caso chapado de estupidez nacional! Os gajos que iam lá sabiam que havia uma boa feira de rabos de paneleirotes. Aquilo era prostituição de menores. Um gajo que engate um puto aí na rua, faz-lhe broches. Não vai enrabar o puto. Isso não é assim. Bom, mas eu estava a falar há bocado da dificuldade que os rapazes do meu tempo tinham para foder. Havia quem tivesse irmãs, primas e amigalhaças. Havia muito disso, até em casas que não eram do nível de dormirem todos na mesma cama, em casas já com dinheiro… o mais velho fodia aquela merda toda, as irmãs todas.



Disse que teve problemas por se envolver com raparigas menores.
-Nessa altura, as raparigas tinham de manter o virgo para o casamento. Um tipo que topasse a miúda excitadíssima e cheia de comichões, ia-lhe para cima, e depois como era? Cadeia. Estive três vezes preso no Limoeiro e duas nas Caldas. A vida sexual deu um salto enorme. E não foi no 25 de Abril, foi antes, em 68 ou 69. Nessa altura, conheci muitas meninas universitárias que descobriram o sexo e o passaram umas às outras.


O Luiz Pacheco sempre assumiu que era bissexual.
-Não assumi nada!



Como não? Alguns dos seus textos são explícitos a esse respeito, já para não falar de quase todas as entrevistas que deu.
-Não, alto aí! Isso foi o meu filho que disse naquele documentário que passou na RTP 2.


Disse numa entrevista ao Baptista Bastos, em 1994: «Desde que haja cumplicidade, ou vai com jeito ou com sabão, ou vai com mulher ou com homem, com um efebo; (…) desde que se goste de pessoas, raparigas, porque, na verdade, nunca tive paixões por nenhum gajo».
-Não, não. Isso… Ó pá, isso… Adeus! Vocês não fazem ideia do que é esta merda… Chega aqui o jornal e nunca mais me largam. Para um gajo que está aqui preso… E depois, isso não é importante.


Mas está muito presente na sua escrita. Por exemplo, em O Libertino Passeia Por Braga, a Idolátrica, o Seu Esplendor.
-No Libertino não se passa nada.


É um trajecto de ‘negas’.
-Negas atrás de negas. Mas há um bocadinho de frustração nisso. Porque a questão de um gajo não ter dinheiro na algibeira é chata em todos os sentidos. Para ir às putas, 20 escudos. Para dar ao magala, 20 paus. Não tinha. O Libertino é um trajecto de frustração e de bebedeira. Eu vinha de Vieira do Minho, de uma almoçarada maluca, e andei atrás de uma miúda [de 14 anos] que era, de facto, muito gira. Já deve ter morrido. Agora, por ver aqui estas velhotas, ponho-me a pensar como não estarão as raparigas que conheci com 15 e 16 anos. Porque elas também envelhecem, coitadas.


Por falar nisso, mantém contacto com as mulheres com quem viveu e com quem teve filhos?
-Não. Quando corto, corto. Com a minha primeira mulher, a Helena – casei com ela no Limoeiro [era menor] – a vida foi azedando. De repente, há uma espécie de ódio conjugal, de não se poder ver a pessoa nem à mesa, quanto mais na cama. Há um cansaço muito grande. Agora acho que há mais diversidade, as pessoas variam. Há mais mulheres casadas a darem as suas pinocadas, e fazem muito bem. Depois de já ter vivido com a Maria do Carmo e com a Irene [irmã menor desta – Pacheco engravida ambas], a Helena pediu o divórcio por ausência do lar. Ao fim de sete anos, aquilo é automático. A mulher arranja duas testemunhas que atestem que fulana e sicrano não vivem juntos há X anos e o juiz decreta o divórcio. Que também é chato, porque um casal que vive junto não sei quantos anos, que tem filhos, passou dificuldade mas também teve horas boas, de repente… Estava na Caldas, vim a Lisboa, e diz-me um amigo meu: ‘Lá fui ao tribunal.’ ‘Foste ao tribunal fazer o quê?’ ‘Fui ao teu divórcio’. ‘Ao meu divórcio?!’, ‘Ai não sabias que estavas divorciado?’


Ela não o avisou de que ia pedir o divórcio?
-Para quê? Ela estava em Lisboa e eu nas Caldas. Não valia a pena, não era preciso para nada. Mas fiquei como quem leva um pontapé. Em 100 metros de passeio, aquilo passou-me. Essa arranjou outro gajo, teve uma filha que deu cabo da vida dela, morreu. Com a Maria do Carmo tive dois filhos. Ela levou-me à Macieira, à Sertã. Cheguei lá, conheci a irmã [a menor Maria Irene], ‘Espera aí que esta não escapa’. Não escapou. A Maria do Carmo veio-se embora para Lisboa com a nossa filha, deixou-me lá com o outro pequeno e eu forniquei a irmã, que ficou grávida. Vim para Lisboa e, mais tarde, vivi com as duas no mesmo quarto. Foi um caso sério.



Não tinha descanso.
-Foder duas raparigas da Beira com 14 e 18 anos, cheias de tesão… E depois não é isso: é que a mais velha dormia comigo e a irmã dormia com um sobrinho num divã. Então, de noite, a outra [Maria do Carmo] fazia fodas de grande rebaldaria para incomodar a irmã, que estava grávida. É claro que assim que a mais velha saía para o emprego, a outra vinha para a cama e eu tinha de lhe dar outra foda. Também só aguentei assim oito dias.


Como é que resolveu a situação? Foi-se embora?
-Não. Aquilo deu porrada: as duas irmãs, eu com a mais velha… Tive muita sorte, porque não houve mortes, e podia ter havido. Depois fui com a mais nova e com os meus filhos para Setúbal. Nessas coisas, não há como a ausência geográfica. Agora no mesmo quarto, porra! Em Setúbal, a Irene pôs-me os cornos – fez muito bem – com um rapaz da idade dela, ou mais novo, nem sei. E eu, ‘espera aí’, fiz o que um gajo naquela situação pode fazer: sacar a cona da mulher da pichota do amante. Arranquei com ela para as Caldas.


Deu-lhe barbitúricos, segundo consta.
-Não dei nada.


Isso está escrito algures, numa entrevista.
-O que um gajo escreve é sempre invenção.


Embora o Luiz Pacheco diga que não tem grandes dotes de imaginação, que a sua fantasia é muito pobre.
-É verdade. Tenho a plena noção disso.


O que não impede que, pelos vistos, haja muita coisa imaginada a seu respeito.
-Quero lá saber! Como é que posso evitar isso?


A questão é essa: não evita, contribui alegremente.
-Deixa-os berrar! Quando falo em conter-me por estar aqui é por me sentir um bocado dependente.


Não deixa de ser irónico vê-lo numa posição em que sente que é melhor não falar das coisas.
-Não, espera aí! Nunca tive vergonha nenhuma de ser preso nem de nada. Agora, aqui é diferente, porque estou num estado de muita fraqueza. Vim para aqui a cair para o chão.


Quando se lê os seus textos percebe-se que, mesmo nas relações que manteve com menores, mais do que uma mera perversão sexual, havia um amor profundo por aquelas raparigas.
-Não é só isso. Estava numa fase de muito alcoolismo, embora à base de copos de tinto e cervejas, porque não aguentava bagaço, whisky e coisas do género. Mas era aquele alcoolismo muito chato de um gajo acordar de manhã e se não bebe, treme. Tive a coragem, ou a sabedoria, de fugir a isso. Mas não fugi sozinho. Foi uma luta de anos. Andei meses em ambulatório, estive duas vezes internado no Júlio de Matos e outras tantas em Coimbra. No internamento havia a vantagem de ter cama, casa e comida. Fui parar duas vezes ao Rego, porque tinha lá uma médica amiga que arranjava maneira de me internar. Diagnóstico: ‘diabetes descompensada’. Comia, era injectado com vitaminas e depois vinha-me embora. E também estive por cinco vezes no sanatório do Barro [perto de Torres Vedras]. Vocês não fazem ideia, por muita habilidade que haja, do que é um gajo viver sem emprego. Estive sem emprego anos e anos. Cheguei a viver em escadas, uma vez ou duas.


Estava sempre no ‘prego’.
-Em Setúbal, havia um prego em que os pescadores empenhavam camisolas interiores, roupas beras. Uma vez deram-me um fato bom e eu não o vesti. Foi logo para o prego.


Até a máquina de escrever chegou a ir.
-Essa ficou lá. Quando cheguei com a Irene às Caldas da Rainha, fui logo saber onde era a casa de prego. Levava um ferro eléctrico e uns talheres de prata – na minha casa comia-se com talheres de prata. Comia eu, porque o meu pai punha-os no prego – nos meus não tocava.


A Irene e as outras mulheres que viveram consigo não ambicionavam outra vida?
-Piraram-se.


Por isso?
-Eu também ajudei à festa. A minha primeira mulher ficou grávida pela terceira ou quarta vez – já tinha feito desmanchos – e eu queria ir-me embora. Ela disse-me: ‘Se sais de casa, faço um desmancho’. ‘Isso não podes, senão morres’ – ela tinha uma doença cardíaca. Fiquei, aluguei casa, mobilei-a, pus telefone e, quando o bebé nasceu, disse que o choro me incomodava de noite. Era mentira, nunca tive disso, porque um bebé só chora de noite por duas razões: ou porque tem fome, ou porque está mijado. Essa pediu o divórcio e ficou tudo acabado. A Maria do Carmo disparatou porque fugi com a irmã. Com a irmã, nas Caldas, tínhamos casa, dois filhos…. A pergunta é: como é que este gajo se aguentou?


Pois, como?
-Tive gente que me ajudou. Por ser bonito? Não. Foi gente que me apareceu, como o Mário Soares. Costumo repetir isto, porque acho que é bom que as pessoas saibam que esses gajos grandes também são capazes de coisas assim. Se calhar, não vos passava pela cabeça que o Santana Lopes, o putanheiro da 24 de Julho, tivesse actos desses. Mas também tem. Aliás, nunca vi o homem.



Estava a falar de como conseguia aguentar-se com uma vida tão desregrada.
-Terra onde chegava, aparecia-me alguém.


Há um texto em que fala de ter um emprego das nove às cinco ou viver como se quer. ‘Vou ter prazer na vida, fazer o que bem entendo’. Isso decide-se assim?
-[Risos]. Não, são coisas que aparecem. E depois houve o 25 de Abril, que deu dinheiro a muita gente, não só a mim. Não é escolha, é feitio, são acasos. A vida é muito variada.


Mas parece uma opção, até porque saiu daquele emprego seguro na Direcção-Geral de Espectáculos.
-Adorava desempregar-me. O Nicolau Santos, que foi director do Diário Económico (DE) e que agora é vice-director do Expresso, pagou adiantado e convidou-me a ir para o DE. Havia uma página de regabofe, de crítica de cinema, uma coisa de artes. Durante meses escrevi para lá. Aquilo era pago, primeiro, a 30 contos. O que era muito bom na altura. Mais tarde passou para 35 contos. Depois disseram-me que fazia parte de uma grupo que ia ser saneado no jornal. O Nicolau perguntou-me se não queria ir para o Público e saí do DE. Quando lá cheguei, disseram-me que não podia escrever como escrevia. Era na revista, onde estavam o Lobo Antunes e um psiquiatra qualquer. Davam-me 50 contos por crónica.


Quanto tempo durou essa colaboração?
-Trabalhei lá até o Nicolau sair. Houve qualquer merda lá no Público, gajos despedidos, e ele saiu. Estive no Público com outros novos colaboradores e era ‘escritor e polemista’. ‘Ai querem que eu vá para aí fazer sangue?’ Tinha jeito para a porrada, sim…


Era uma espécie de Vasco Pulido Valente bolchevique.
-Era. Mas só dei porrada em dois gajos. No Esteves Cardoso, porque, de repente, tinha um nome muito acima do que vale. Não é mau rapaz, mas é um bocado pateta. E dei a outro, que não conheço pessoalmente, o José Eduardo Agualusa. Um gajo que lá havia, o [Torcato] Sepúlveda fez-lhe uma punheta, escreveu sobre o romance dele, Nação Crioula. E então pensei: ‘Este gajo, o Sepúlveda, não vê que o outro é um aldrabão?’. Vai daí, dei uma porrada ao Agualusa, mas a porrada era também para o outro. Isso deu-me gozo, fiz o gosto ao dedo.


Mas foi-se embora outra vez.
-Depois saiu o Nicolau, e eu, nem é tarde nem é cedo, escrevi-lhe: ‘Não somos siameses mas você é que me meteu no Público. Você sai, eu também saio’. Agora, o gozo que dá um gajo abandonar o emprego…


Esteve muito tempo na Direcção-Geral dos Espectáculos.
-Entrei em 1957 e estive lá 14 anos. Como é que se arranja empregos? É por conhecimentos. O meu pai era amigo de um chefe de secretaria e foi lá comigo. Iam abrir seis vagas em Janeiro. Fui logo a correr. Tinha a vantagem do cartão da Inspecção, que permitia chegar a um cinema, a um teatro, ou a uma praça de touros, e entrar.


E a saída, como foi?
-Outra grande alegria. Fui lá uma manhã e escrevi um requerimento ao ministro a pedir a demissão.


Porquê?
-Já não podia ver aquela merda. O chefe de serviço até me perguntou: ‘Então o senhor Pacheco está a fazer mais um livro?’ De repente, ganha-se asco aos ambientes.


E depois andou sempre desempregado?
-Não, tive vários empregos. Uma pequena crónica, a 30 paus, no Notícias de Teatro. ‘O Solnado vai deixar o Maria Vitória e vai para a revista tal’. Também escrevi para o Norte Desportivo, um jornal de desportos. E estive no Volante, de onde até saí duas vezes. Ganhava pouco, eram empregos foleiros. Nunca tive um emprego como o do DE. Aí pagavam mesmo. E havia as editoras. A D. Quixote pagou-me durante dois anos 60 contos por mês. Mas algumas editoras pagavam, outras não. Por exemplo, a Estampa, que editou esse livro [aponta para um exemplar de Exercícios de Estilo], acho que não pagou a terceira edição.


Mas a literatura deu-lhe fama. Ainda é muito procurado?
-Ligou-me uma rapariga, a Ana Almeida, lá para o lar onde eu estava, no Príncipe Real, a dizer ‘queremos fazer um filme sobre a sua vida’. Respondi-lhe ‘não me chateie! Com licença. Pumba!’ [gesto de desligar o telefone]. E apareceu-me uma de vocês que anda aí, com um nome grego [Sarah Adamapoulos], que tem um livro e escrevia para O Independente. Apareceu-me lá e disse ‘Ó Luiz Pacheco, aquela coisa da TV vem depois do negócio’. E eu ‘do negócio? O que é o negócio?’ ‘É que aquilo é pago’. ‘Ah, não me falaram nisso! Então quanto é que pagam? Sou um autor muito barato’ [risos]. ‘Pagam dois mil euros’, disse ela. Era um bocadinho de massa… ‘Então o que é que é?’. ‘Ah, eles vêm cá filmar’. Lá vieram duas manhãs ou duas tardes filmar-me como quiseram. Foram como este gajo [o fotógrafo do SOL]. Foi simpático. O que é que se pode dizer? Esses gajos fizeram um programa com o Ramos Rosa, comigo, vários documentários. Têm outro sobre o Vitorino Nemésio que já está pronto. O Vitorino Nemésio foi meu professor…


Deu-lhe 18 valores.
-Deu-me 18, mas eu não percebi um texto [risos]. Tinha era capacidade de escrita. E tive 15 a Latim. Fui o melhor aluno e, no acesso à universidade, era o gajo mais bem classificado.


Não pagou propinas durante um ano inteiro e esteve a assistir a aulas…
-Na altura, eu tinha uma bagagem… Quando acabei o liceu – não era um aluno muito especial – foi meu professor o avô deste que morreu agora, o Eduardo Prado Coelho, chamado A. do Prado Coelho. Nunca soube o que era o ‘A’. Dizia ele: ‘recomenda-se o máximo silêncio’. E depois punha a gente, no 3º período, no liceu Camões, na Primavera, a recitar ‘A Balada da Neve’. Tínhamos de gramar aquela merda todas as aulas! E eu, como era o melhor aluno da turma – a Português, não era a tudo – um dia comecei a recitar: ‘Batem Leve, levemente/Como quem chama por mim’… As janelas estavam abertas – davam para o jardim, muito sol, Primavera – e, de repente, esqueci-me da continuação. Parei. Ele olhou para mim e eu disse ‘Sotôr, esqueci-me, desculpe’. Fui para o lugar.


Naquela fase em que largou os empregos, quando escreve a Comunidade estava mesmo convencido de que era possível viver assim?
-Às vezes espanto-me. Mas em Setúbal tive muitos apoios. O [jornal] Setubalense empregava na altura. Ganhava por semana, como revisor tipográfico, 90 paus mais seis por cento para o desemprego. Na altura, em 1963, 90 paus já era dinheiro. Depois, o Manuel Vinhas pagou-me 500 escudos durante seis meses. A renda da casa eram 300 paus e ainda ficavam 200 para qualquer coisa. Não há milagres. Nunca conheci o Vinhas. Escrevia-lhe uma carta e vinham dois contos, era dinheiro.


Mas teve outros ‘mecenas’.
-Havia o António, das Caldas da Rainha, que me ajudou muito.


Quando é que deixou de acreditar na possibilidade daquele modo de vida, naquele ideal romântico?
-Não… Ideal, o caneco!


A Comunidade é um texto muito sentimental.
-Mas não é piegas.


Demonstra um grande amor pelas pessoas que estavam à sua volta. Diz que se pode viver à base do amor, que é a ideia mais romântica que pode haver.
-Vocês não têm noção disso, mas há ali pequenas insinuações, pequenas reticências: o que pensa uma mulher, uma mãe, a dar leite ao filho? Quem é que pode adivinhar?


A quem acha graça hoje em dia?
-Agora acho muito pouca graça. E aqui então não se pode. Já mandei uma gaja aí à merda. Porque isto é um ambiente deprimente. Sexualmente isto é um desgosto. Mas aqui há namoros! É claro que vocês estão cá meia hora e depois arejam. Mas para a pessoa que cá fica… o que vale é que estou isolado... Também é muito cedo para dizer que estou mal. Ainda estou a experimentar. Em oito dias, só hoje é que fui conhecer o andar de cima. Ainda me desnorteia, não sei onde é o elevador. De resto, isto parece-me muito bom. É melhor do que eu supunha. Mas é difícil achar graça a alguma coisa com esta idade. Tenho 82 anos, porra! Há aquela coisa que é a PDI, a Puta Da Idade, o caruncho...E o velho, geralmente, é egoísta. Ou é mais egoísta do que o novo. Mas estou a falar de coisas muito tristes…


Convenhamos que, ao longo da vida, o Luiz Pacheco também não se tratou muito bem.
-Não, tratei-me! Fui conservado em álcool. A questão é que não havia dinheiro para grandes rambóias. Não estou taralhoco de todo. Estou é um bocadinho desmemoriado e tomo muitos medicamentos.

Tenho fome

Porque hoje não há muito tempo e há muito que fazer.
..muita roupa para estender..
...muita casa para limpar..
..muito há minha espera..
E ás 16 horas é hora de trabalho..
Por tal,
e para o almoço não deixar de existir..
o mais simples e prático,



Frango com Cerveja.
Cá em casa o arroz cede lugar ao puré.
Muito bom

Pequenina


Ontem, pela primeira vez, a cidade de Lisboa cobriu me com o seu manto, dando-me a conhecer sua grandeza, e na sua noite mostrou-me o quão pequena e frágil posso ser.
Vivo cá há pouco mais de dois anos, mas graças ao meu , maravilhoso,sentido de orientação nunca me perdi e geralmente, sozinha encontro sempre o que procuro.
Ontem saí dos Olivais mas tive que ir concluir um turno à Morais Soares.Para estacionar..O caos que me foi dito.
Muito a custo, quando sai da loja, as 20h, continuei firme na minha intenção de ir para a Universidade e dirigi-me em passo largo para o carro. Talvez tenha sido a pressa e o cansaço extremo cansaço que sinto, desorientei-me.
A noite estava já cerrada e o nevoeiro turvava-me um pouco a vista, mas como conheço a rua onde deixei o carro, nem supus que me pudesse esquecer do caminho.
Andei vinte minutos ás voltas e nada.
A certeza de saber onde ele estava e a impotência que senti, aliada a um telefonema para a Rosália, fizeram o meu rosto ruborizar e continuando à procura, as lágrimas soltaram-se e não controlei um ataque de choro. De raiva, cansaço, incerteza, dor..
Senti-me completamente minúscula, e parecia ouvir a cidade rir como a dizer-me o quão camaleónica pode ser.
Olhava em volta só via rostos desconhecidos, diferentes que me assustavam a cada passo rápido e largo que tentei dar.Ali estava eu, cheia de sacos, de saltos, muito frágil, algures no meio da capital.
Passados 20 minutos, e após três voltas em quadrado ao mesmo quarteirão lá estava o meu carro. Eu
já havia estado naquela rua, mas na esquina de cima.
Enfim.

Good new


Depois de um dia extremamente difícil, uma boa Noticia!!Dia 12 de Julho, concerto, em Lisboa de Ben Harper.
A não perder!!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

T R

Final de semestre!
As naturais despedidas das disciplinas e professores em questão.
Como é obvio, umas deixam mais saudades que outras..
Tecnicas Redactoriais valeu muito apena..
Pelo que se aprendeu, pelo companheirismo existente nas aulas..Por tudo.
Nice. Muito nice

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Pra uma grande amiga..já falta pouco!!

Linda com votos duma hora pequena...

" Mulher Grávida "

Aquela beleza,
aquela que fica para além dos olhos,
que independe de formas,
está em teu corpo.

Durante nove meses
silenciosamente
Deus trabalha
em tuas entranhas

Durante nove meses,
- laboratório de Deus -
és um milagre acontecendo
em todas as suas fases.

Aquela beleza,
aquela que fica para além dos olhos,
que as mãos não modelam,
que os homens não sabem,
que as crianças não percebem,
está em teu corpo.

(Não a beleza externa
da flor,
mas, a recôndita,
da raiz;
não a beleza do adjetivo,
mas a beleza do verbo.

No começo, era o Verbo.)

Até que, de repente,
Deus se revela em ti como um novo dia!

Então
não és apenas mulher, és símbolo, universo,
estrela...

E ao ver-te, (e ao vê-la)
te sigo como o pastor
na direção da alvorada,
me curvo como o lavrador
sobre a terra já semeada,
me ajoelho como o crente
ante a imagem venerada,
me comovo como o Poeta
ao olhar doce da amada.

Prosterno-me
ante a mais simples e inédita
de todas as belezas
(que importa se infinitas vezes repetida?)
- e, humilde e ignorante,
( a alma por um mistério inefável, possuída,)
feito rei e pastor
me maravilho,
ouvindo a Vida cantar
no choro de teu filho!

Poema de JG de Araujo Jorge retirado do livro
"Os Mais Belos Poemas Que O Amor Inspirou"

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

A MAIOR TRETA DE SEMPRE!!

Sou uma defensora eximia da Igualdade de Direitos! Em tudo e em todas as situações.
Detesto injustiças!
Por tal, este aqui em baixo ganha o prémio para a MAIOR TRETA DE SEMPRE!


Onde está o direito do logista contar a sua versão dos factos?
Aos clientes é reservado o direito de escrever o que quiserem, com insultos à mistura se lhes apetecer, e a outra parte não é ouvida?
É que não estou livre que isso um dia me aconteça..
E porque os clientes têm que aprender que não podem fazer o que querem e bem lhes apetece , esta aqui já aprendeu e que sirva de exemplo!!

domingo, 13 de janeiro de 2008

...

Hoje foi um domingo de trabalho..trabalho..
Passei o dia inteiro a pensar em como seria bom, com este tempo terrível, estar na cama..
E o shopping cheio.. De pessoas a ver montras..Indecisas..Saturadas..
Enfim

Saudades da minha terra.. BIBA O LEIXÕES!!!!!

sábado, 12 de janeiro de 2008

E em sequência ao post anterior..

A maior multa de todas devia ser aplicada a quem, tem a pouca vergonha e,lê as revistas/jornais nas papelarias.
É o cumulo do mau aspecto!!
Fico em brasa cada x que vou a uma tabacaria/papelaria e estão lá as pessoas de revista em punho, alheias ao que as rodeia, tal é a concentração e nem reparam na má figura e falta de educação que têm perante quem vive daquele negócio e o atestado de burrice que passam a quem, como eu, as compra sempre que as quero ler.
Isto irrita-me tanto, que quando vou ao Continente, onde já vi pessoas sentadas a ler, evito passar por esse corredor..
Enfim..

Ainda posso?

Há muito que uma lei não me irritava tanto.
Fumo há bastantes anos, infelizmente, mas no último ano reduzi bastante, ao ponto da Rosália, estranhamente comentar como será possível, estar um turno inteiro sem sair da loja. é isso. Gosto de fumar. Mas, felizmente, já não sou compulsiva.
Contudo, esta proibição de fumar tira-me do sério.
*É o ter que vir para o frio
*É o ter que andar kms para puder fumar
*É o ter que apelar à minha extrema boa educação para não responder às pessoas que passam e ainda, depois disto tudo, refilam feitas parvas.
*É o sentir a minha liberdade totalmente negada
Meus caros, os pulmões são meus, a saúde é minha..A ignorância em fazê-lo também, eu sei.. Mas há por aí ignorantes bem maiores. A vida é mesmo assim.. más decisões, maus hábitos, com a consciência das consequências.
Não tarda muito, os indivíduos que apenas se deslocam de transportes públicos e/ou de bicicleta manifestar-se-ão. E isto porque?
Porque estão a ser prejudicados pelos fumos e gazes que os milhares de automóveis em circulação libertam.. E apelarão que o meio ambiente está a ser, claramente, prejudicado, que a sua saúde também.
Justo.Será justo.
A minha também me incomodam as músicas ambientes nos shoppings. As desarrumações nas lojas. Ver gastar milhares em regalias politicas, e passar na baixa e ver pessoas doentes com fome. Também não gosto de ter que sair uma hora mais cedo do Porto, para conseguir chegar a Lx a horas circulando não mais que a 140km/h, e depois ver os carros de Estado passarem por mim a 200km/h, conduzidos por Polícias do Corpo de Segurança Pessoal.
Também deviam proibir os parolos curiosos que empatam o trânsito sempre que há algum acidente, deviam multar quem cospe para o chão..and so ...
Já agora multem-me a mim também.. Provoco muita poluição sonora.. Com as asneiras que digo..
Tá calada Áurea..sabe-se lá porque te apagaram o blog.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

E quem disse que criar uma base de dados era fácil???????

Lindo Gosto Sujo

Embora já tenho gostado mais, continuo a adorar fazer compras e por vezes (ups) ainda cometo alguns excessos. Nada demais.
Acontece que deparamo-nos com situações do arco da belha..
Não é que comprei um vestido lindo, maravilhoso, bem cortado, daqueles de fazer suspirar..bem caro.. e agora não o posso lavar?
É daquelas coisas que ninguém se lembra.
Tentei deixa-lo na lavandaria para limpeza a seco, onde me disseram que apenas o fazem à minha responsabilidade, uma vez que, as missangas podem derreter ou espalhar-se.
Agora das duas uma. Ou arrisco e deixo lá ou não o torno a vestir.
Realmente.. Acontece-me cada uma.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Merci

Há prendas das quais se gosta muito..
Há ainda aquelas, que por um conjunto de motivos, se gosta mais ainda..
Fica aqui um exemplo das últimas.


















"Todos os outros vieram
Tentaram fazer-me rir
Brincaram comigo
Algumas vezes para rir e outras a sério
E depois partiram
Abandonando-me nas ruínas das brincadeiras
E eu não sabia quais eram a sério.
Quais eram para rir e
Vi-me sozinha com os ecos de risos
Que não eram os meus.

E depois chegaste
Com os teus modos estranhos
Nem sempre humanos
E fizeste-me chorar
E não pareceste importar-te que chorasse.
Disseste que as brincadeiras tinham acabado
E esperaste
Até que as minhas lágrimas se transformassem
Em alegria"

A Criança Que Não Queria Falar, Torey Hayden

E o ano ainda agora está a começar

Ultimamente é trabalho
+
Trabalho
+
Trabalho

Um rali ultra-sónico

No dia seguinte ao cancelamento do Dakar a t-shirt ja estava disponível no Cão Azul.

E o Markl soube mostra-la, oportunamente, na posição de jurado dum popular concurso de TV da Estação de todos nós.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Sou persistente!

Esta altura de festas foi uma loucura. No trabalho.. as viagens.. e... e... e...
O que fez com que descurasse a tertulia..descurasse, não apagasse..
Para meu espanto recebo uma mensagem do sempre amigo tio jorge a perguntar que se havia passado com o meu blog.
Até hoje continuo sem perceber o que realmente aconteceu e só posso concluir que alguém não teve mais que fazer e apagou-mo.. não há outra justificação possível.
Mas cá estou de novo.. Com página nova, mas endereço igual.
E para aqueles com os quais ainda não tive o previlégio de me encontrar ficam aqui os votos de um magnifico 2008!!